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Sociólogo defende ações emergenciais para conter violência nas escolas

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Confira entrevista com o pesquisador Rudá Ricci

Fonte: AB

Ataques a escolas, gravações com boatos, desinformação e ameaças, que “antes pareciam atitudes descoordenadas, têm se mostrado uma onda perigosa”, diz o sociólogo Rudá Ricci, pesquisador dos temas educação e cidadania.

Nessa quarta-feira (12), ele participou e foi um dos articuladores de encontro com entidades ligadas ao setor para encontrar caminhos contra a situação que tem gerado temor no Brasil. O cientista social defende a necessidade de três medidas emergenciais, que incluem “desbaratar e prender os núcleos propagadores das ameaças”, o que, para as instituições, já está sendo tratado pelo Ministério da Justiça.

As outras são “criar protocolos de orientação para pais e professores sobre como agir em casos de ameaça,  violência,  agressividade e incivilidade” e “criar serviço de apoio e escuta de psicólogos e assistentes sociais” para pais e profissionais da educação.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista do sociólogo:

Agência Brasil: Essas ameaças são coordenadas?
Rudá Ricci: Não podemos negar que há uma inteligência por trás disso. Há mensagens, por exemplo, sobre eventuais ataques em universidades. Ouvi áudios de uma jovem que diz ter recebido uma notícia e uma alusão aos ataques em Columbine (Estados Unidos, em 20 de abril de 1999). Essas mensagens se alastraram como ameaça a universidades brasileiras. Essas organizações extremistas no país estão querendo construir um novo 8 de janeiro de 2023 (dia de atos terroristas contra os Três Poderes). Agora, envolvendo a educação.

Agência Brasil: Quais são os principais pontos de cuidado?
Rudá Ricci: Nós temos que ter cuidado com três questões pelo menos. Em primeiro lugar, com o ambiente criado no Brasil. Temos que debelar essa ideia de que a gente resolve os problemas com as próprias mãos e que temos que ser intolerantea com quem é diferente. É preciso debelar esse clima de violência e intolerância. É a primeira medida que eu sugiro, ou seja, devemos ter uma inteligência policial e da sociedade civil articulada para identificar a origem dessas ameaças e colocar todos na cadeia.

Agência Brasil: O Estado tem agido nesse campo, certo?
Rudá Ricci: Essa é uma primeira ação urgentíssima. O Ministério da Justiça iniciou o processo com o disque-denúncia. Temos que mergulhar na Deep Web (parte da internet não encontrada pelos mecanismos de buscas). É aí que eles estão se articulando. Temos que identificar as ramificações e redes que se formaram. Temos ainda que deixar claro, inclusive para esses adolescentes que estão ameaçando, que eles vão responder por isso. Nós temos que coibir. E isso não se faz com guarda armado na frente da escola. Essa é a outra coisa que é preciso deixar claro e que nos preocupa. Temos a experiência dos Estados Unidos, onde há guarda armada no seu interior e não debelaram a violência.

Agência Brasil: Por quê?
Rudá Ricci: Porque há uma interpretação equivocada de achar que adolescentes que estão propensos a atacar se intimidam com guarda, com policiamento. É o contrário. O que sabemos hoje é que há adolescentes que estão imbuídos dessa intenção de aparecer pela violência. Eles veem a presença do guarda como desafio e, então, buscam outros tipos de estratagemas como colocar bomba em banheiro e, assim, tentar desmoralizar a segurança.

Nos Estados Unidos, as guardas armadas dentro das escolas aumentaram e até estimularam atos de violência. Nós queremos outro tipo de abordagem, que seja por meio da inteligência e não dos atos de retenção. Assim a gente pode desbaratar essa rede de ameaças nas escolas que agora, parece, está sendo objeto da extrema direita no Brasil.

Agência Brasil: Como apoiar pais e professores assustados com a situação?
Rudá Ricci: O segundo ponto é que nós temos que dar suporte aos pais e professores. Para isso, é preciso elaborar protocolos.

Agência Brasil: O que significa o protocolo?
Rudá Ricci: Significa o seguinte: diante de um boato de ameaça a uma escola, é necessária uma orientação nacional. Não pode ser um voluntarismo de um diretor de escola. Isso não resolve a onda que está se formando no Brasil ou que está se tentando formar. É preciso ter protocolo, se houver ameaça de violência, ou mesmo violência, atos de agressividade ou de incivilidade. Definir quando é motivo para fechar a escola ou suspender aula, ou quando não é.

Agência Brasil: Professor, os protocolos seriam formulados pelo Estado?
Rudá Ricci: Eu acho que quem tem que formular é a sociedade civil. E não em disputa entre políticos nas mais variadas cidades. O conhecimento para enfrentar problemas educacionais e violência envolvendo a educação está na sociedade civil.

Agência Brasil: Qual o objetivo dessas reuniões entre as entidades? É a formulação de sugestões?
Rudá Ricci: Fizemos a primeira reunião com 20 entidades e pesquisadores nacionais, de todos os estados do país. A gente precisa mapear essas ameaças, que é um dos objetivos.

Agência Brasil: O terceiro ponto é apoio psicológico, certo?
Rudá Ricci: É o seguinte: nós temos alguns países como a França que já tem, há muito tempo, serviço de apoio psicológico e assistencial, até pedagógico, também a professores. Estou sugerindo que a gente crie um serviço nacional de apoio envolvendo, por exemplo, os mais de 2,5 mil Caps (centros de Atenção Psicossocial), os Cras (centros de Referência de Assistência Social) e também as universidades, organizações não governamentais (ONG), para que pais e profissionais da educação possam ser atendidos.

É o que internacionalmente se chama política do cuidado. Há um contexto relevante a ser considerado. Ou seja, a gente cuidar de quem cuida. A Cultiva (ONG ligada à educação e cidadania que o pesquisador coordena) mostra, por exemplo, que 40% dos professores dessas redes registraram aumento de conflito intrafamiliar durante a pandemia.

Quando temos uma sociedade dessocializada, aumentamos a violência. Isso envolve angústia e a solidão. Espera-se que as escolas mudem o cenário. Quando voltamos da pandemia, pensou-se que seria necessário correr atrás dos conteúdos perdidos. Mas era muito importante que nos voltássemos mais para a humanização.

Denúncias

Informações sobre ameaças de ataques podem ser comunicadas ao canal Escola Segura, criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com SaferNet Brasil. As informações enviadas ao canal serão mantidas sob sigilo e não há identificação do denunciante.

Acesse o site para fazer uma denúncia.

Em caso de emergência, a orientação é ligar para o 190 ou para a delegacia de polícia mais próxima.

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Cajamar

Kauan assume vice-presidência do maior Consórcio Intermunicipal do Brasil

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 Nesta segunda-feira, o Consórcio Intermunicipal da Região Oeste da Grande São Paulo (CIOESTE) realizou sua primeira Assembleia de Prefeitos de 2025, onde elegeu o novo presidente e vice-presidente da entidade. O prefeito de São Roque, Guto Issa, foi escolhido por unanimidade para presidir o consórcio, com o prefeito de Cajamar, Kauan Berto, assumindo a vice-presidência. A posse aconteceu em um momento de grande expectativa para o fortalecimento da integração regional e desenvolvimento de políticas públicas conjuntas.

Fortalecimento da Região Oeste
Durante a reunião, que contou com a presença de prefeitos de 12 municípios, Kauan Berto destacou a importância de se manter um olhar atento e unido sobre as questões que afetam diretamente a qualidade de vida da população local. O novo vice-presidente do CIOESTE se comprometeu a trabalhar de forma colaborativa com todos os municípios para potencializar as ações de saúde, segurança pública, infraestrutura e meio ambiente.
“A nossa região é uma das que mais cresce no Estado de São Paulo. Temos uma grande responsabilidade em avançar no desenvolvimento conjunto, buscando soluções e recursos para os problemas comuns, como a saúde, segurança e infraestrutura. É hora de fortalecer os laços entre os municípios e trabalhar unidos”, afirmou Kauan Berto.
CIOESTE: Uma Força Regional
Kauan Berto reforçou a importância do CIOESTE como uma plataforma de integração e mobilização dos prefeitos da região. “O CIOESTE é uma força que deve ser ainda mais valorizada, com ações concretas para o desenvolvimento da nossa região. Vamos atuar junto ao governo estadual e federal para trazer mais investimentos, criando oportunidades para todos”, completou.
Compromisso com a Região
O prefeito de Cajamar destacou ainda o compromisso de sua gestão com as demandas locais e regionais. A integração entre os municípios e o fortalecimento das parcerias, segundo ele, são essenciais para garantir uma região mais próspera e com melhor qualidade de vida para os cidadãos.
A cerimônia de posse também contou com a presença dos prefeitos Beto Piteri (Barueri), José Roberto (Carapicuíba), Welington Formiga (Cotia), Marcos Ferreira Godoy (Itapevi), Gerson Pessoa (Osasco), Gregorio Maglio (Pirapora do Bom Jesus), Elvis Cezar (Santana de Parnaíba), e Piter Santos (Vargem Grande Paulista), além dos representantes de Jandira e Araçariguama.
Com a nova diretoria formada, o CIOESTE promete dar continuidade ao seu trabalho de promover a integração regional, buscando soluções para os grandes desafios da região Oeste da Grande São Paulo.

 

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Cajamar

Cajamar empossa os 17 vereadores eleitos para a nova legislatura

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Na última quarta-feira, 1º de janeiro, a cidade de Cajamar vivenciou um momento importante de sua democracia com a posse dos 17 vereadores eleitos para a nova legislatura. A cerimônia foi realizada na Câmara Municipal e contou com a presença de autoridades locais, familiares dos parlamentares e moradores da cidade.

O evento celebrou a diversidade de representatividade na Casa Legislativa, reunindo vereadores de diferentes idades, perfis e partidos políticos. Entre os empossados, destacam-se os mais jovens, Lele Aprigio e Will do Pesqueiro, ambos com 33 anos, e os mais experientes, Tarcisio do Mercado, com 63 anos, e Mané do América, com 67 anos.

Conheça os vereadores eleitos e suas idades:

  • Adriano Enfermeiro (UNIÃO): 49 anos
  • Adriano Tica (REPUBLICANOS): 51 anos
  • Clebinho (PSD): 49 anos
  • Diogo Japa (UNIÃO): 43 anos
  • Dr. Vinícius Zago (PSB): 40 anos
  • Edinho Domingues (PSD): 52 anos
  • Flávio Comajo (PP): 46 anos
  • Izelda (PL): 61 anos
  • Lele Aprigio (PP): 33 anos
  • Lê Martins (MDB): 41 anos
  • Mané do América (PL): 67 anos
  • Marcelo do Gás (PSD): 54 anos
  • Pretinho (PSB): 51 anos
  • Reinaldo Santos (MDB): 52 anos
  • Saulo (PSD): 40 anos
  • Tarcisio do Mercado (PSD): 63 anos
  • Will do Pesqueiro (PSB): 33 anos

Diversidade e representatividade

Os vereadores eleitos representam uma pluralidade de perfis e regiões da cidade, o que reforça o compromisso da Câmara em atender às demandas da população cajamarense. A nova composição da Casa reflete o equilíbrio entre renovação e experiência, com parlamentares de idades que variam de 33 a 67 anos.

Prioridades para a nova legislatura

Durante a cerimônia, os vereadores destacaram a importância do trabalho conjunto para promover avanços em áreas como saúde, educação, segurança e infraestrutura. A nova Mesa Diretora, liderada por Pretinho (PSB), já sinalizou que a transparência e a ampliação da participação popular estarão no centro das discussões legislativas.

Um novo ciclo para Cajamar

Com a posse dos vereadores, Cajamar inicia um novo ciclo político, reforçando o papel do Legislativo no desenvolvimento da cidade. A presença da população durante a cerimônia de posse foi um marco de engajamento cívico, evidenciando o desejo de uma gestão pública comprometida com os interesses da comunidade.

Acompanhe no portal TopTVOn as próximas ações e projetos dos vereadores e fique por dentro das novidades de Cajamar.

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Cajamar

Pretinho assume a presidência da Câmara Municipal de Cajamar com foco na transparência e participação popular

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No dia 1º de janeiro, a Câmara Municipal de Cajamar deu início a um novo capítulo em sua história com a eleição de Edivilson Leme Mendes, conhecido como Pretinho (PSB), como presidente da Casa Legislativa. Pretinho comandará a Câmara até 2026, sucedendo Cleber Candido Silva, o Clebinho (PSD), que esteve à frente da presidência entre 2023 e 2024.

Prioridades da gestão
Pretinho assumiu o cargo com o compromisso de fortalecer a transparência e ampliar a participação popular. Um dos destaques de sua gestão será o aumento no número de audiências públicas, promovendo um diálogo mais próximo com a população e buscando soluções que beneficiem o município.

Nova composição da Mesa Diretora
Além da eleição do presidente, a Mesa Diretora foi formada com os seguintes membros:

  • Presidente: Pretinho
  • Vice-presidente: Saulo
  • 1º Secretário: Lê Martins
  • 2ª Secretária: Izelda
  • 3º Secretário: Flávio Comajo

Atuação legislativa de Pretinho
O histórico de Pretinho na Câmara é marcado por uma atuação proativa. Durante seu mandato, ele apresentou:

  • 97 requerimentos: Solicitando informações e buscando soluções junto ao Executivo.
  • 34 indicações: Propondo melhorias e atendendo às necessidades das comunidades.
  • 21 moções: Reconhecendo ações e iniciativas relevantes.
  • 13 projetos de leis: Voltados à criação e regulamentação de políticas públicas para Cajamar.

Quem é Pretinho?
Filiado ao PSB, Edivilson Leme Mendes é formado em Direito pela Faculdade Anchieta e acumula experiência em sua trajetória política, agora chegando ao quinto mandato como vereador. Sua atuação reflete o compromisso com a população cajamarense e a busca por soluções efetivas para os desafios do município.

Transparência e diálogo à frente da gestão
Com uma gestão que promete ser marcada pela proximidade com a população e pela clareza nos processos legislativos, Pretinho inicia sua liderança na Câmara Municipal com o objetivo de fazer de Cajamar um exemplo de governança participativa.

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